Editorial – Mais do mesmo

Por Portal Opinião Pública 27/03/2025 - 15:38 hs
Foto: Staff Images/CBF

Nesta segunda-feira (24), a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) elegeu seu presidente. E para a surpresa de ninguém, o eleito foi o atual mandatário da entidade, Ednaldo Rodrigues, candidato em chapa única e que recebeu todos os votos possíveis para seguir com mandato até 2030, sendo 27 das federações estaduais e 40 dos clubes das séries A e B.

A vitória de Ednaldo eram “favas contadas”, como diz o ditado popular. Porém, mostra uma total incapacidade de federações e clubes em se movimentarem por algo novo. Ou melhor: parece que existe, realmente, uma falta de interesse, visto que é mais fácil manter o que está aí do que buscar mudanças necessárias para a melhoria do esporte que é a paixão nacional.

Todo o sistema da CBF favorece quem está no poder a continuar no cargo. Que o diga o ex-jogador Ronaldo Nazário. Após surgir como oposição aos atuais mandatários da federação, candidatando-se à presidência da entidade, ele acabou desistindo da empreitada ao ver que não teria a menor chance de vencer a disputa. E ainda que não tenhamos noção da capacidade do ex-camisa 9 da seleção como dirigente, não houve sequer possibilidade de embate, de apresentação de ideias e de experiências, o que acaba sendo ruim para o esporte em si.

Sem alterações, é bem provável que as reclamações em relação aos problemas do futebol brasileiro sigam aumentando, por parte dos torcedores, que pouco podem fazer, e até mesmo vindas dos clubes. Só que de nada adianta protestar contra calendário, arbitragem, má organização de torneios e qualquer outra situação, se as próprias agremiações são coniventes com quem comanda o futebol e não se mexem para propor mudanças, pensando apenas nos seus umbigos e não no esporte como um todo.

Se quem está no meio do futebol quiser mudar algo, é preciso agir e não somente reclamar.